Décio Escobar de Oliveira Ladislau
O litoral brasileiro possui uma extensão de 7.491 Km, isso faz com que ele seja o 16º maior litoral do mundo. Dos 26 estados brasileiros somente nove não tem acesso ao Oceano Atlântico, Santa Catarina possui 531 Km de litoral, o que nos coloca na 9º posição nacional em termos de extensão litorânea.No entanto, o estado é o maior produtor nacional de pescado marinho, sendo que a pesca industrial responde por 136 mil toneladas e a pesca artesanal por 14 mil toneladas, totalizando 150 mil toneladas ao ano, emprega-se de forma direta cerca de 30 mil pessoas e 70 mil de forma indireta, segundo dados do SINDIPI ( Sindicato dos Armadores e das Industria de Pesca de Itajai). Cabe ressaltar que para potencializar ainda mais este importante setor da economia no futuro e promover sua auto-sustentabilidade fazem-se necessários investimentos em biotecnologia marinha, que nada mais do que a aplicação da ciência e da tecnologia aos organismos vivos a partir de recursos marinhos, bem como partes, produtos e modelos dos mesmos, para alterar materiais vivos ou não vivos para a produção de conhecimento e bens. Definir como utilizar a biotecnologia marinha é o primeiro requisito quando se busca inovação tecnológica neste segmento da economia e ao medir o impacto de programas para estimular este segmento ou para desenvolver as oportunidades oferecidas por ele. Igualmente importante na medição desses impactos é definir um conjunto de indicadores para permitir a coleta de dados estatísticos relacionados.
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) afirma que a biotecnologia marinha tem potencial importância para muitas aplicações e em muitos setores industriais diferentes. Além disso, ela pode ter efeitos econômicos indiretos bem como diretos, e deve-se tomar cuidado quando forem planejados estudos para definir claramente os setores e aplicações em exame. A necessidade de acesso aos dados é igualmente importante em toda pesquisa e desenvolvimento. Para a biotecnologia marinha, os dados precisos permitem o acesso à riqueza da biodiversidade do oceano e uma exploração mais completa do meio marinho. Para conseguir isso, bancos de dados atualizados podem ser necessários. O acesso a dados brutos é considerado um elemento importante, para permitir uma pesquisa mais imparcial que seja independente do trabalho anterior para o qual os dados foram coletados. A utilização de recursos marinhos, não só incrementa ainda mais o arcabouço da Bioeconomia, como propicia um futuro promissor para a nossa costa e todo o estado.
Economista, Biólogo, Bioeconomista, Especialista, em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestre em Ciências Ambientais