Comunidade encontra dificuldade para sepultar mulher em área carente da prefeitura

Comunidade encontra dificuldade para sepultar mulher em área carente da prefeitura
Aos 54 anos dona Maria Madalena sofria de doenças renais, a mulher franzina e de pequena estatura, demonstrava a grandeza pelo seu jeito simples de ser no dia a dia. Com voz baixa e educada, ia três vezes por semana fazer hemodiálise, mas mesmo com a dor, tinha esperança de ser curada. O maior sonho era morar na sua casa que está sendo construída por amigos, e Movimento de casais da Igreja Católica da Cidade Mineira Velha. Foi através de uma publicação no face book que marcaram o nome do apresentador do canal 19 Criciúma Gentil Francisco para ajudar a dona Maria. Muitas pessoas pediam para mim ajudar, como não tenho cargo político, e sim o jornal dos bairros e apresento um programa diário no canal 19, iniciei a campanha. Muitas pessoas começaram a ajudar com material, dinheiro, cestas básicas entre outros revela Gentil. Como sei que na igreja católica da Mineira Velha tem o Movimento de Casais, procurei o Almir Damiane que é o presidente. No dia seguinte o Almir e Reginaldo Antunes vice-presidente, estiveram vendo o terreno e o material que havia sido conseguido. Após analisar e discutir com mais membros do movimento, decidiram ajudar na construção da casa para dona Maria e também doando a armação da casa que é de 6x6. Sonho interrompido Mas foi a quinta-feira dia 15 por volta das 20 horas que o sonho de morar na casa foi interrompido. Dona Maria Madalena morava de favor da vizinha do casal Paulo e Marines que ajudavam constantemente. Seu Braz, pai da Marines foi que levou dona Maria para o 24 horas do Boa Vista, que mesmo sendo atendida as pressas não resistiu e acabou falecendo. A atitude do casal Paulo e Marines em levar o casal Maria e Célio para a sua casa foi um gesto social e de muito amor. Dificuldade para sepultar Era 21 horas de quinta-feira quando meu telefone tocou, era a vizinha e amiga da dona Maria, a Sandra que pediu a minha ajuda para resolver o problema do sepultamento. Fomos atrás na madrugada, as filhas da dona Maria estiveram no SVO (Serviço de Verificação de Óbito) e o corpo liberado por volta das 12 horas de sexta-feira 16. Até ai tudo bem, quando fui até o escritório central da Somatem que cuida dos cemitérios de Criciúma e pedi um terreno para sepultar na ala do setor carente, a resposta foi que não era possível sepultar. Enterramos uma pessoa hoje, e esse foi o último sepultamento que fizemos. A área foi interditada pela vigilância sanitária de Criciúma, disse a secretária que atende no local. Perguntei se tinha alguém da administração para responder a minha indagação, mas infelizmente não apareceu ninguém. Fui até a Secretaria de Assistência Social, mas o secretário estava em reunião. Dali mesmo a secretária ligou para a vigilância sanitária e perguntei sobre a interdição do cemitério. A coordenadora da vigilância Regiane Rosso Dalponte disse que não tinha interdição nenhuma da vigilância. Fui até o gabinete do prefeito Clésio Salvaro que estava em reunião, mas na ante sala estava os vereadores pastor Jair, Paulo Ferrarezi e o vice-prefeito Ricardo Fabris. Falei do problema, mas nenhum deles falaram sobre o assunto. O prefeito saiu da sala para chamar alguém e eu indaguei o prefeito sobre a situação, e expliquei, mas o prefeito apenas disse, se a vigilância falou que não está interditado então pode sepultar, mas não ligou pra ninguém e nem pediu para alguém me acompanhar ´para resolver o problema. Afinal de contas, era uma pessoa que tinha falecido e não tinha local para sepultar. Deixei o local revoltado com o descaso que o poder público deu para a dona Maria. Falei com o coronel Selva que falou comigo, mas também não fez nada. Ganhamos o tumulo Foi através da dona Fatima de Jesus da Cidade Mineira Velha, nossa vizinha que doou uma gaveta no cemitério da Santa Luzia. Estou narrando esse caso, porque acho que foi uma falta de consideração do poder público em verificar a verdadeira situação, e fica aqui a minha indignação. Construção da casa Mesmo com a partida da dona Maria Madalena, a comissão continua com os trabalhos para deixar pronta para o esposo, o seu Celio Flores que também tem problemas de doença. Esse é um ato de grandeza e amor ao próximo, e parabéns a todos que estão contribuindo direto ou indiretamente para construir a casa.