“Capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social em direitos humanos e promover a cidadania” esse é o principal objetivo do Projeto Amora. Com 10 anos de existência, o projeto já atendeu mais de cinco mil mulheres. Diante deste cenário, um grupo de representantes do município de Içara estiveram na Unesc, na última terça-feira (4/6), para buscar ajuda na criação de uma rede de enfrentamento e atenção às mulheres em estado de violência na cidade. O encontro reuniu as coordenadoras do projeto, representantes de Içara e gestores da Universidade.
O intuito da rede é fazer com que os órgãos e locais de apoio às mulheres vítimas de violência doméstica de Içara, como delegacias e o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), trabalhem de forma conjunta, organizada e conectada. “A partir de agora vamos elaborar uma proposta de capacitação para que os profissionais, especializados ou não, que atuam na sociedade em locais de atendimento, como postos de saúde, hospitais e delegacias, saibam realizar a abordagem e encaminhamentos para mulheres vítimas de violência”, explica uma das coordenadoras do projeto, Mônica Ovinski de Camargo.
Segundo ela, em diversas ocasiões as mulheres que sofrem a violência não falam sobre a situação, porém, com as instruções, os profissionais poderão observar os indícios e realizar a abordagem com a vítima. “Muitas vezes as mulheres apresentam queixas, ou marcas, ou vão diariamente procurar o médico, então se o profissional puder perceber isso e souber como abordar, poderá dar os encaminhamentos necessários para atender a vítima”, acrescenta.
Conforme a outra coordenadora do projeto, Janete Triches, o direcionamento correto é essencial na abordagem com a vítima. “Com a rede de atenção e os profissionais direcionando os atendimentos aos serviços públicos especializados, será possível prevenir que a violência continue ou até mesmo prevenir que inicie com outras mulheres”, coloca.
De acordo com a diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego, a iniciativa do projeto demonstra a importância do assunto e como o projeto de extensão da Universidade pode ajudar a transformar de maneira positiva a vida dos participantes. “É um assunto de extrema relevância e que deve ser sempre debatido nos diversos segmentos da sociedade. Se a Unesc puder colaborar na diminuição destes números alarmantes ou então ajudar no apoio às vítimas, estaremos indo ao encontro da nossa missão institucional”, enfatiza. Mônica acredita que a vinda do município em busca de ajuda é louvável. “Assim criamos uma sociedade mais intersetorial, que promove atitudes de ajuda e prevenção à violência doméstica”, comenta.
Entre os participantes da reunião estavam membros da diretoria de Extensão; membros do Projeto Amora; a primeira dama de Içara, Ceneli de Freitas Gastaldon; e os vereadores de Içara, Lauro Nogueira e Edna Benedet.