Reitora Luciane Bisognin Ceretta recebe Prêmio Mulheres na Ciência

Reitora Luciane Bisognin Ceretta recebe Prêmio Mulheres na Ciência
Liderança do Sul do estado figura entre as três principais cientistas do país

O destaque da reitora Luciane Bisognin Ceretta no campo científico nacional foi evidenciado nesta quarta-feira (5/07) na entrega do Prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger. A honraria concedida pela Câmara dos Deputados homenageou três pesquisadoras do país, elegendo entre estas a reitora da Unesc, com cerimônia de entrega em Brasíli

 A reitora da Unesc e presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) recebeu a premiação, sendo a única representante das Universidades Comunitárias do país.

Ao lado de Luciane, receberam a premiação as cientistas Deborah Carvalho Malta e Eliete Bouskela.

 

Trajetória de dedicação

Ao receber a homenagem, a reitora fez questão de compartilhar o mérito da honraria com todos os pesquisadores, em especial os colegas da Unesc, Instituição na qual atua desde 1994 e, desde então, constrói sua carreira que reúne atuação em sala de aula, laboratórios, junto à comunidade, gestão e espaços de liderança estadual e nacional na defesa da educação superior das Universidades Comunitárias.

“É a Unesc que me permite todos os dias construir essa trajetória na defesa à educação e à ciência. E não se faz isso sozinho. Se faz com uma rede de colaboração. Este momento é representado por mim, mas é de todos os pesquisadores da nossa Universidade, que fazem pesquisa de qualidade e nos dão orgulho por seus resultados”, agradeceu.

O fazer diário na ciência, para Luciane, é desafiador e, como em tantos outros cenários, a busca pela equidade de gênero também é uma realidade nesta área. “Apenas 28% dos cientistas do mundo são mulheres. Diante disso, precisamos, sim, demarcar com ritos importantes como esse, plenos de significado ao premiar três mulheres cientistas. No meu caso, representando as mais de 300 Universidades Comunitárias deste país, este marco serve como oportunidade de mostrar o trabalho que as cientistas mulheres fazem nestas instituições e compartilhar com todas esse reconhecimento”, acrescentou Luciane.

No acúmulo histórico de funções e constante necessidade de demonstrar potencial acima dos demais, para a homenageada, as mulheres demonstram ainda mais garra ao alcançar resultados expressivos. “Ter a referência neste ato, fazendo tudo o que fazemos enquanto mulheres, me parece que nos mostra que somos muito potentes. A mulher precisa colocar ainda mais esforços para ser reconhecida. Isso, portanto, me representa muito. Não pela homenagem em si, mas pelo significado a partir de todo o contexto”, disse, aproveitando a oportunidade ainda para evidenciar a importância dos investimentos em Pesquisa e a necessidade deste reconhecimento na destinação de recursos.

 



Em seu currículo Luciane conta com participação em 300 pesquisas; 151 artigos científicos; 28 livros como autora ou organizadora; 16 capítulos de livros; e 18 produtos tecnológicos que impactam a educação universitária e a saúde.



 Objetivos atingidos ao enaltecer mulheres de destaque

Quando criou o Prêmio Amélia Império Hamburger, a deputada autora do projeto, Alice Portugal, teve o propósito de dar evidência ao trabalho desempenhado pelas mulheres e, ainda, a necessidade de maior representatividade do público feminino nesta área.

“Apesar dos resultados notáveis, as mulheres representam apenas 10% dos pesquisadores em ciências exatas, segundo pesquisa realizada entre 2014 e 2016 pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo entre os membros da Academia Brasileira de Ciências. Em âmbito mundial o quadro não é diferente. Menos de 3% dos Prêmios Nobel em Ciências e Economia foram concedidos entre 1901 e 2019 a mulheres, evidenciando que, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, as mulheres raramente ganham o reconhecimento que merecem”, pontuou.

“Essas eminentes pesquisadoras estão mudando o panorama da pesquisa no Brasil e no mundo, além de serem exemplo e inspiração para jovens que desejam seguir nesta carreira”, acrescentou.




Para a história

Após a entrega da premiação, a deputada Geovânia de Sá fez questão ainda de levar a reitora Luciane Bisognin Ceretta, a equipe da Universidade e demais lideranças que estiveram em Brasília para prestigiar o ato no plenário da Câmara. Lá obteve autorização para parabenizar a premiada e registrar a honraria nos anais da Casa.

 

Orgulho de quem aplaudiu de perto

Graduada e mestre em Enfermagem e doutora em Ciências da Saúde, Luciane Bisognin Ceretta tem uma trajetória que alia ciência, docência e gestão universitária. Tamanho o reconhecimento ao papel da liderança, que representantes da região Sul, da Universidade, do Município, dos conselhos Estadual e Nacional de educação dos quais Luciane faz parte, entre outras lideranças acompanharam de perto a premiação histórica à reitora.

 

Beatriz Maria Eckert-hoff - Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub):

“Esse prêmio tem importância gigantesca tanto para nós mulheres quanto para a ciência, educação e para o Crub é uma honra muito grande. Para mim é uma grande alegria porque sou catarinense, então ver uma instituição comunitária de Santa Catarina chegar nesse topo, nesse nível de premiação, é um orgulho. A reitora Ceretta é uma querida, uma mulher que representa a todas nós que somos mulheres, reitoras, pesquisadoras, cientistas. Só tenho a parabenizá-la”.

 

Paulo Fossatti - Conselheiro Nacional de Educação:

“Nós nos sentimos muito bem representados enquanto Conselho Nacional de Educação. Nós entendemos que o mundo evolui quando acreditamos na ciência e desenvolvemos ciência. A Luciane consegue agregar a cientista, a gestora, a pesquisadora e a professora. Isso nos deixa muito felizes nesse conjunto de competências de hard e soft skills. É isso que precisamos para inspirar a juventude e o povo brasileiro. Quem olha para ela tem um grande exemplo a ser seguido”.

 

Aristides Cimadon - Secretário de Estado da Saúde:

“É um privilégio estar aqui nesta homenagem. Penso que é um prêmio que destaca realmente o trabalho das mulheres na ciência, esse grande instrumento de desenvolvimento das pessoas, da sociedade. É um orgulho imenso ter nossa presidente da Cafa homenageada porque ela também representa a educação, o ensino superior e as Instituições Comunitárias catarinenses. Por ela, fica evidente o destaque e a qualidade das nossas Instituições.

 

Osvaldir Ramos - Presidente do Conselho Estadual de Educação:

“Para nós, do CEE, é uma honra muito grande. Fizemos questão de estar presente para demonstrar nosso reconhecimento e felicidade por poder estar presenciando a premiação da professora Luciane. Tem uma importância muito grande especialmente por ser uma mulher reitora, extraordinária no que diz respeito a sua atividade acadêmica, a sua dedicação. Fico impressionado com a capacidade de trabalho dela. É uma das pessoas que mais vejo disposição ao trabalho e de muita tenacidade”

 

Roseli De Lucca Pizzolo - Membro da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de Criciúma:

“Nós temos muito orgulho da reitora Luciane por tudo o que ela representa. Digo sempre que Criciúma tem grandes mulheres e ela é uma dessas. Eu fiz questão de estar aqui para representar essas mulheres de Criciúma que veem na reitora um símbolo de alguém que faz coisas bem feitas”.



Giovana Mondardo - Vereadora de Criciúma:

“Esse é um espaço fundamental para valorização da ciência, mas, acima de tudo, reconhecer a mulher na ciência. Somos só 28% entre os pesquisadores e, nessa condição, esse tipo de iniciativa que valoriza mulheres cientistas que tem contribuição para mudança dos cenários que a gente ocupa é mais que uma valorização e um rito de homenagem, é um rito de marcar posição para enfrentar o machismo e o preconceito também dentro da ciência. Isso mostra como Santa Catarina se diferencia em nível de Brasil, homenageando uma Universidade Comunitária”.



Prestigiaram também o ato os deputados federais criciumenses Julia Zanatta e Ricardo Guidi; o presidente do CNE, Luís Cury; o presidente da Câmara de Educação Superior do CNE, Alysson Massote; a secretária de articulação nacional de Santa Catarina, Vânia de Oliveira Franco, representando o governador Jorginho Mello; o conselheiro estadual de educação e ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Holthausen, entre outros colegas dos conselhos Estadual e Nacional.


Texto: Mayara Cardoso

Foto: Cerimônia - Alexssandro Loyola