A Unesc é a única instituição brasileira com a qual a Universidade do Texas, em Houston, possui parceria. A parceria se estendeu para professores e alunos das instituições de ensino, que realizam estudos juntos. E ela pode se expandir e beneficiar acadêmicos e professores da área da saúde da instituição de Criciúma. “A universidade em Houston só tem cursos na área da saúde e a ideia é que essa colaboração se expanda para outras áreas além da neurociência”, afirma o professor doutor da Unesc João Quevedo, que desenvolve pesquisas nos Estados Unidos e no Brasil sobre transtorno bipolar e depressão.
Em 2014, o professor foi para os Estados Unidos ficar um ano desenvolvendo estudos no Departamento de Psiquiatria da Universidade do Texas, em Houston. Mas o local tinha necessidade do tipo de estudos desenvolvido por ele, que acabou estendendo o período de trabalho nos Estados Unidos. Desde então, ele tem dividido o trabalho entre Brasil e Estados Unidos. Ele continua coordenando o Laboratório de Neurociências da Unesc e sendo professor titular de Psiquiatria. “O laboratório continua desenvolvendo atividades, permanece aceitando e formando alunos de pós-graduação e de iniciação científica na área de neurociências”, comenta.
Nesta semana, Quevedo esteve em Criciúma para trabalhar no relançamento da especialização em Saúde Mental da Unesc. Segundo ele, o curso passou por uma reformulação em suas disciplinas para ser mais aplicado ao novo cenário atual da saúde mental. “Temos uma demanda aumentada pelos serviços de saúde mental e carecemos de profissionais cada vez mais capacitados para a nova realidade de atendimento”.
Pesquisas se complementam
Quevedo estuda depressão e transtorno bipolar tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e afirma que as pesquisas se complementam. “Eu estudo o mesmo assunto, entretanto com ferramentas diferentes. Acabamos encontrando um ponto de equilíbrio. Professores e pesquisadores da Unesc participam de estudos feitos lá e os da Universidade do Texas participam das pesquisas daqui”.
Ele afirma que os casos de transtorno bipolar e depressão estão sendo melhor diagnosticados e as pessoas estão se abrindo mais para falar sobre as doenças. “O fato de pessoas de notoriedade estarem vindo a público e contado que tem depressão, transtorno bipolar e fazem tratamento ajuda a desmitificar. As pessoas estão perdendo o constrangimento de ter esse tipo de doença e de buscar tratamento”.
Formação diferenciada
Para o professor, as parcerias da Unesc com instituições estrangeiras é um diferencial na formação. “Há um diferencial para os alunos que estudam em uma universidade: poder ser exposto à pesquisa, ao desenvolvimento científico e tecnológico, à inovação e à cultura. Além disso, na universidade. a qualificação dos professores é maior. É uma das exigências para este tipo de instituição”.
Currículo de João Quevedo
Médico psiquiatra e doutor em Ciências Biológicas. Professor e vice-presidente no Departamento de Psiquiatria da Universidade do Texas, em Houston. Membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências, editor chefe da Revista Brasileira de Psiquiatria, vice-diretor científico da Associação Catarinense de Psiquiatria e secretario da Sociedade de Psiquiatria de Houston.
Na Unesc já foi coordenador do curso de Medicina e é professor titular de Psiquiatria e coordenador do Laboratório de Neurociências. Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, Quevedo pesquisa sobre depressão e transtorno bipolar.
Texto e foto: Milena Nandi