Arquivo Histórico Municipal Pedro Milanez preserva e cultiva a história de Criciúma
Usando luvas e um jaleco, o estudante Paulo Henrique Dal Pont Michels manuseia documentos antigos que contam a história de Criciúma. Passando por cada folha e verificando informações para sua pesquisa, Paulo aproveita para retirar grampos que podem corroer os papéis que possuem mais de 70 anos. O local onde fica esses documentos é o Arquivo Histórico Municipal Pedro Milanez, localizado em anexo a Biblioteca Donatila Borba. O acervo é um organismo vivo da história do município e que tem mais de 40 mil documentos.
A pesquisa que Paulo estava fazendo é um pedido direto de Florianópolis. Como conta a coordenadora do Arquivo, Marilei Rodrigues Côrrea, o solicitante busca por mais informações sobre as suas origens, e com poucas informações, a procura se torna um desafio. “Recebemos um pedido de busca por informações sobre o bisavô, mas a pessoa tem poucas informações, ela sabe o nome, o ano de nascimento que é entre 1910 e 1913, que ele é um mineiro, também anexou uma foto que o bisavô aparece jogando futebol, mas não sabe qual é o time. É uma pesquisa um pouco mais difícil, com a falta de informações, mas nunca deixamos ninguém sem resposta, buscamos em todos os nossos arquivos, pode demorar, mas daremos um retorno”, contou a coordenadora.
Pesquisas como essa são comuns na rotina do Arquivo Histórico. Marilei reforça que os pedidos são de pesquisadores, alunos nos diversos tipos de graduação e pessoas buscando informações sobre as suas origens. Aos fundos da Biblioteca Donatila Borba, é onde o arquivo conserva documentos, jornais, fotografias sobre a história de Criciúma. Criado em 1987, o Arquivo Histórico possui um acervo de 990 jornais, 31 mil fotografias, 170 pastas de documentos, 500 livros sobre Criciúma e região, arquivos audiovisuais, como 38 rolos de filme e 200 fitas VHS, além de CDs.
Marilei comenta que o documento mais solicitado é uma foto do antigo Aeroporto Leoberto Leal, que hoje fica localizado o Parque Municipal Prefeito Altair Guidi. “O nosso arquivo é um conjunto de documentos gerados por uma instituição em diferentes formatos e é um suporte que compõe o acervo e a memória da nossa cidade, possibilitando o acesso à informação, garantir para sociedade o conhecimento do seu passado e presente”, afirmou a coordenadora.
Doação
Muitos dos documentos que integram o acervo municipal são compostos por meio de doação. Marilei lamenta que atualmente as doações caíram muito, principalmente após o advento das tecnologias.
“As pessoas perderam o hábito de revelar as fotografias e isso prejudicou o nosso acervo. Pedimos que as pessoas colaborem, recebemos qualquer foto ou documentos, podem ser antigos ou atuais. Aqui, guardamos a foto, o que contribui para o nosso acervo. Para doar, a pessoa deve entrar em contato e assinar um termo de doação”, afirmou. O arquivo funciona das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Época de pandemia
Durante o período de pandemia, o Arquivo Histórico ficou fechado para consultas presenciais. Os pedidos começaram a chegar por e-mail e hoje é um método muito utilizado pelos profissionais do arquivo. “Recebemos muitos pedidos via e-mail e então buscamos nos nossos arquivos, escaneamos e enviamos”, falou Marilei. “As pessoas não podem levar as fotos e documentos do Arquivo, é permitido tirar fotos e escanear. Os documentos sempre permanecem dentro do setor”, explicou.
Arquivo itinerante
Outro projeto do setor é o Arquivo Itinerante em eventos e ações. Conforme a coordenadora, o setor participa do Caminhão Amigo, com a exposição de fotos (cópias) e bate-papo sobre a história do município. A equipe também participa de eventos nos parques e atende as solicitações de presença em eventos dos bairros da cidade.
Texto e fotos: Ana De Mattia