Parque dos Imigrantes: um marco na história do distrito do Rio Maina
Símbolo de recuperação ambiental em Criciúma, o Parque dos Imigrantes é um marco de transformação no distrito do Rio Maina, onde a estrutura está localizada. Neste ano, o espaço completou cinco anos. Desde a sua inauguração, no dia 6 de janeiro de 2019, os criciumenses podem desfrutar de um ambiente de lazer ao ar livre, que remete à história dos imigrantes italianos. Nas décadas anteriores, o local era utilizado como depósito de rejeito de carvão mineral. Transformada pela Prefeitura de Criciúma, hoje, a estrutura chama a atenção dos visitantes por sua extensa área verde e pelos atrativos turísticos.
“O Parque dos Imigrantes é um sonho que tiramos do papel. De uma área degradada, nasceu um grande ambiente de convivência, que promove a qualidade de vida. O cheiro forte da pirita deixou de existir quando o solo foi recuperado, dando lugar às árvores. A atafona resgata e mantém viva a cultura italiana na cidade. Os equipamentos esportivos proporcionam bem-estar para os mais de 240 mil criciumenses, em especial, para os moradores do distrito do Rio Maina”, ressaltou o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro.
Na Capital Catarinense dos Parques Urbanos, o Parque dos Imigrantes foi responsável por transformar uma área degradada, com marcas da extração do carvão mineral no município, em um ambiente de descontração para toda a família. O casarão de maneira abriga um diferencial do parque: a atafona. Movida a água, através de uma roda, o moinho manual proporciona aos visitantes uma experiência única. Da mesma maneira que os imigrantes italianos faziam, o público pode moer o milho e produzir sua própria farinha no local. A estrutura resgata o lado rústico das construções antigas.
O parque oferece atividades diversas para todas as idades. Com 61 mil m², o local possui estrutura para atividades físicas, com pista de caminhada, ciclovia, academia ao ar livre, campos de areia, quadra poliesportiva, de vôlei, futebol, futevôlei e beach tennis. Além dos espaços para exercícios, o parque conta com playground para crianças, espaço pet e palco para a realização de shows e demais eventos. Estão sendo construídas, ainda, duas canchas de bocha dentro dos padrões para campeonatos.
Segundo o administrador do Parque dos Imigrantes, Claison Olivo, milhares de pessoas visitam o local mensalmente. O ponto turístico atrai, além da comunidade do distrito do Rio Maina, moradores de todas as regiões criciumenses, municípios vizinhos e de outros estados, que procuram o parque para conhecer a tradição dos imigrantes e apreciar a natureza.
“Estamos trabalhando para trazer plantas ornamentais, além da arborização, que vai dar mais vida ao parque. Neste período do ano, estamos criando agendas para eventos de pequeno, médio e grande porte, de estilos variados, para proporcionar aos nossos visitantes momentos de alegria. Nossa felicidade é ver as famílias usufruindo e contemplando todos os nossos espaços”, afirmou.
Benefícios para o desenvolvimento da região carbonífera
Para o presidente da Associação de Moradores do distrito do Rio Maina, Eduardo Vitalli, o parque se tornou um ambiente fundamental para o desenvolvimento da região carbonífera e para a promoção da qualidade de vida. “Nós, moradores do distrito do Rio Maina, temos a grande satisfação de ter um parque completo como esse. Em breve, com a cancha de bocha, o povo terá mais um ponto de encontro dentro do parque. Tudo isso nos deixa muito feliz, por ter esse lugar perto de nós. Sem contar que é um ponto turístico diferenciado, com a atafona, que muitos nunca viram”, contou.
Jucemar Rampinelli é morador do distrito do Rio Maina e acompanhou de perto a transformação da área. Vizinho do parque, ele costumava brincar com os filhos no local antes estrutura ser implantada. “Com o parque, essa área que era morta passou a ter vida. Nos dias de hoje é fantástico. Eu moro ao lado, olho da minha sacada, a quantidade de pessoas que visitam, famílias inteiras, carros para todos os lados, porque esse espaço realmente virou um espaço da família”, relatou.
Novos projetos para a área
Seguindo a linha de uma cidade mais sustentável, o Governo de Criciúma, em parceria com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), desenvolveu o projeto para a construção da Usina Fotovoltaica Nikola Tesla no Parque dos Imigrantes. O local terá capacidade para geração de 1 MW de energia limpa, por meio de painéis fotovoltaicos responsáveis pela conversão de energia solar. Com isso, a usina abastecerá as 63 escolas municipais de Criciúma. A iniciativa faz parte do Programa Criciúma Sustentável, que destina quase R$ 40 milhões para projetos voltados ao desenvolvimento consciente.
“Esse é mais um projeto que coloca Criciúma no caminho para se tornar uma cidade mais inteligente. Por muito tempo, o espaço em que atualmente está o Parque dos Imigrantes foi uma área degradada. Hoje, é um ambiente recuperado, que caminha cada vez mais rápido rumo à um futuro sustentável”, explicou o secretário-geral da Administração Municipal e coordenador do Programa Acelera Criciúma, Arleu da Silveira.
O local contará, também, com um espaço para aprendizagem e educação ambiental. A primeira etapa da obra consiste na terraplanagem do espaço e na construção do memorial Nikola Tesla, uma homenagem ao cientista conhecido por suas descobertas fundamentais para melhorar a transmissão de energia elétrica. O local abrigará, ainda, um auditório para eventos, palestras e uma plantação de girassóis. O investimento inicial para a execução da obra é de R$ 7,1 milhões.
Projeto “Matemática na Atafona”
Além de ser um espaço voltado ao lazer, o Parque dos Imigrantes é um ambiente de aprendizado. Desde 2019, os alunos da rede municipal de ensino relacionam matemática à história de Criciúma, por meio do projeto “Matemática na Atafona”. Durante a visita dos alunos do Ensino Fundamental, o casarão de madeira se transforma em sala de aula, onde são estudados conceitos matemáticos.
O planejamento das aulas na atafona é feito pelos professores de cada escola. O objetivo é contemplar, de maneira proveitosa, os conteúdos já vistos, aliando teoria à prática. Por meio do projeto, os alunos podem solucionar problemas matemáticos utilizando a roda d’água e o sistema de engrenagens que movimenta a pedra de mó da atafona.
Texto: Eduarda Salazar
Fotos: Arquivo/Decom