Levantamento feito pelo Observatório Social de Criciúma atenta para problemas na Educação
A rede municipal de ensino está com o maior número de alunos dos últimos anos. Esse foi um dos resultados apontados pelo relatório feito pela Câmara de Educação do Observatório Social de Criciúma. Os números são referentes a 2017. Além disso, os números apresentados pelas escolas do município no Ideb geram preocupação.
Em dados levantados, é possível ver que o número de alunos na rede municipal vem aumentando. Em 2017 o número chega a 19.034 alunos, bem maior que em 2015 com 17.485 alunos e 2016 como 18.036 alunos.
“Sabe-se que com o aumento de alunos nas escolas municipais muitas salas de apoio e incentivo ao aprendizado foram desativadas para abarcar esta demanda como por exemplo, bibliotecas, laboratórios de informática, entre outros que quando bem utilizados podem aumentar o nível de aprendizagem e melhorar a qualidade na educação. Cada vez mais precisamos de espaços criativos, tecnológicos e inovadores, substituir os poucos que existem por salas de aulas básicas, com certeza vai gerar um impacto negativo a curto e médio prazo”, explica a coordenadora da Câmara de Educação, Mafalda Rosso Izidoro.
Nos últimos dados levantados, em relação ao Ideb nos anos iniciais, 30 escolas atingiram as metas projetadas em 2017, mas 14 escolas não atingiram as metas e três escolas ficaram sem média na Prova Brasil*. Já no Ideb dos anos finais, cinco escolas atingiram as metas projetadas em 2017, 14 escolas não atingiram as meta e uma escolas sem média na Prova Brasil*.
“O índice no IDEB depende de muitos fatores e pode até ser injusto quando não leva em consideração situações específicas e regionais de algumas escolas, mas é a avaliação externa que temos no momento e pode ser um indicativo para uma boa reflexão sobre o nível de ensino de nossas escolas e a qualidade da educação oferecida em nosso município. Sem contar que as metas de média a serem alcançadas estabelecidas pela escola representam pouca ambição na melhoria constante dos resultados e qualidade da educação que precisamos”, ressalta a coordenadora.
*Não participou ou não atendeu os requisitos para ter o desempenho calculado.
Quantidade de afastamentos e custo de aluno também chamam a atenção
Assim como levantado há alguns meses pela Câmara de Saúde do OS, na Educação o número de afastamentos chama a atenção. O número de servidores é 3.030 funcionários e 534 afastamentos em 2017, sendo esse o maior índice dos últimos três anos.
“Não temos uma explicação da Secretaria, eles apenas confirmaram que são estes os dados”, conta Mafalda.
Em 2017, a receita do município foi de R$ 666.388.728,54 e o valor empenhado em Educação R$ 153.875.925,15. Tendo um aluno da rede municipal o custo de R$ 7.591,40 por ano ou R$ 632,62 por mês.
“O investimento público realizado hoje por aluno daria para pagar uma escola particular, isto nos leva a pensar que pelo investimento os resultados deveriam ser melhores”, avalia.
O relatório completo pode ser visto no site do Observatório Social de Criciúma. Os números se referem a 2017, pois os dados só são liberados no ano seguinte.
Texto e foto: Lucas Jorge
Câmara de Comunicação OS Criciúma