Construído há oito anos pelo projeto Minha Casa Minha Vida, para pessoas de baixa renda, o Residencial Carmel localizado entre os bairro Cidade Mineira Velha e Vila Manaus, teve seus momento bons e agora vive momentos difíceis. O sonho de ter um lar pra morar, foi frustrando muitos moradores. Das 272 famílias, muitas deixaram o local por falta de segurança, gás, água, e outras tiveram que vender ou trocar o imóvel para terceiros.
Recursos oriundos do governo federal deixaram de vir para o residencial por falta de projetos. O abandono das autoridades constituídas e politicas ao longo do tempo, permitiu corroer a esperança dos moradores que ainda resistem ao tempo na espera de melhorias. A falta de pagamento no condomínio atinge mais de 50 %, a fatura de água do residencial que deveria ser em torno de R$ 14 mil, chega a R$ 40 mil reais mês.
A dívida com a Casan desde de 2014, ultrapassa mais de R$ 2 milhões de reais. Foi através de ação judicial que a água que falta todos os dias há muito tempo, corre o risco de ser interrompida. A Casan havia pedido que fosse efetuado o corte por falta de pagamento, mas devido a intervenção do sindico, Secretaria da Ação Social, Moradores e Casan, um acordo foi firmado entre as partes.
Sindico busca solução
Nós constatamos que cerca de 50 % da falta de água, é atribuída ao vazamento nos vasos sanitários. Compramos material para trocar, e a partir desta semana vamos fornecer para os moradores fazer a manutenção, com isso acreditamos que vai resolver o problema da falta de água. Também acertamos com a Casan em fazer a tarifa social. Cerca de 40 a 50 % dos moradores poderão ser contemplados. Para participar da tarifa social que vai custar em torno R$ 8.70, o morador não poderá ultrapassar a renda de R$ 2 mil, e não possuir veículo próprio. Vamos visitar cada apartamento e fazer o cadastro. Após concluído, será feito o relatório e entregue na direção da Casan em Criciúma, que vai avaliar o perfil de cada morador cadastrado, explica o sindico Mateus da Rosa.
Moradores tem esperança
Morador desde o início no Residencial e com a mensalidade em dia, o auxiliar de produção, Lourenço Eduardo Bandeira Vieira, acredita que a ação do sindico vai melhorar. A esperança é a última que morre, e eu não quero passar o que minha esposa passou. Com a falta de água minha mulher começou a ficar estressada e após a depressão, veio o problema cardíaco e a morte foi inevitável. Era muito triste a gente chegar em casa e ver a esposa desesperada por falta de água. É todos os dias, e há muito tempo que a gente vive sem água. Tenho uma filha pra criar, saio a tarde pra trabalhar e só chego no outro dia. Tenho que pagar alguém pra ficar com a minha filha. É muito sofrimento você saber que perdeu a esposa por causa da falta de água. Tem dia que a água vem, e vários dias que não vem. Conquistei esse apartamento com muito suor e dedicação, acredito que vamos dar a volta por cima, salientou Lourenço.
O pintor João Batista fez um desabafo! Cadê os vereadores que só aparecem aqui em época de política¿ Eles sabem do nosso problema da falta de água. Agora vem dizer que vai resolver, tentar usar a gente. Isso é uma vergonha, aqui tem pessoas do bem. Temos idosos e crianças que são mais fracos do que nós homens e não suportam ficar sem água. Estamos unidos com o sindico e pessoas que querem ajudar a gente a sair dessa, mas politicagem aqui nós não queremos. Acredito que com essas medidas que será tomada, a gente vai ter mais paz, e o melhor, água pra beber e tomar banho. Faz três dias que não lavo a cabeça, mas tenho esperança que vai melhorar, desabafa João.
Além da falta de água no residencial, também tem a falta do gás. Segundo informações, o Ministério Público Federal munido de informações da Secretaria de Habitação e Assistência Social, deverá fazer despejo em breve, de 28 a 35 moradores do Residencial.
Texto e fotos: Gentil Francisco