Aulas e oficinas oferecidas no local ajudaram a formar cidadãos e novos artistas para a região
Semear a cultura é o principal objetivo do Centro Cultural Jorge Zanatta. Muitas crianças que um dia subiram pela primeira vez as escadas do imponente prédio no centro da cidade, saíram como artistas e professores. Hoje, são adultos cheios de talento que ajudam a passar a arte adiante.
Kemilly da Costa Inácio Felício foi uma dessas crianças. Aos seis anos quis aprender a tocar violino. Hoje, é uma mulher formada e musicista. É ela quem ensina as crianças a tocarem o instrumento. “Eu me interessei pelo violino vendo as pessoas tocarem na igreja”, lembra. Em 2003, ela iniciou as aulas com a professora Elisângela.
Em décadas de existência, o edifício foi protagonista de muitos acontecimentos históricos. Mas ser o principal palco de cultura da cidade foi sempre seu maior papel. Kemilly não lembra com clareza de tudo que passou no centro, mas se recorda que era um ambiente cheio de arte. “Todas as oficinas e aulas aconteciam lá, quando eu ia para as aulas eu encontrava o pessoal do teatro e do balé e era muito legal ver essa integração de pessoas que amavam a arte”, recorda.
Já como professora, durante os dois anos em que Kemilly deu aulas no edifício, a professora fez apresentações para o Café Concerto e participou da Camerata Criciúma. “Era uma das minhas primeiras apresentações, e no meio da música eu errei, mas eu continuei, não desisti por ter errado”, acha graça.
Kemily lembra também na importância do centro para artistas na época. Ela conta que muitos artistas saíram das aulas e oficinas fornecidas pelo edifício. Há um ano leciona violino na Casa da Cultura de Criciúma para crianças e adolescentes, que como ela, tiveram a curiosidade de conhecer o instrumento, e quem sabe, alguns deles possam se transformar em musicistas.
Agora, o casarão volta a funcionar a partir de sexta-feira (14). Volta a assumir o papel de agente transformador na vida de muitos criciumenses, contando novas histórias, formando novos artistas e valorizando ainda mais a cultura da cidade. O centro vai oferecer oficinas de teatro, violão, guitarra, baixo, flauta, acordeão, piano, violino e técnica vocal.
Texto: Ana de Mattia
Foto: Arquivo/Decom - Kemilly Felício