A partir de 2017 a Administração Municipal intensificou os estudos para amenizar os impactos causados pelas fortes chuvas em Criciúma. O reflexo de um conjunto de ações pôde ser sentido nas últimas horas. Na última madrugada, choveu em Criciúma o equivalente ao que era esperado para todo o mês de outubro, cerca de 77 milímetros.
Segundo levantamento feito pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) de Criciúma, os pontos mais críticos do município eram trechos da Avenida Centenário, bairros Argentina, Tereza Cristina, Quarta Linha, Montevidéo, Wosocris, Santo André e Santa Luzia. Em nenhum dos locais foi registrado alagamento.
“É positivo que tenha chovido essa quantidade para comprovarmos mais uma vez que o trabalho está dando resultado. Tivemos o auxílio do Canal Auxiliar e da limpeza do Rio Maina e Rio Linha Batista com a retroescavadeira, evitando que o rio transbordasse nesses locais”, ressaltou o coordenador da Defesa Civil do município Dioni Borba.
Desassoreamento de rios
A aquisição da retroescavadeira hidráulica de haste alongada, adquirida em março deste ano, trouxe uma nova esperança aos criciumenses. As áreas mais castigadas pelas cheias em épocas de fortes chuvas foram as primeiras a receber o trabalho de desassoreamento.
O equipamento já tornou possível o desassoreamento do Rio Linha Anta. Foram 2,5 quilômetros de limpeza, beneficiando moradores dos bairros Próspera, Brasília, Vila Rica e Imigrantes, além do Rio Maina. A expectativa é desassorear 40 quilômetros do município.
Está em execução a obra no Rio Sangão, trazendo mais segurança e qualidade de vida àqueles que moram nos bairros Santa Luzia, Vila Manaus, Vila Nova Esperança e São Sebastião. Nos próximos meses, o trabalho de desassoreamento será realizado no Córrego Laranjinha, Rio dos Cedros, Rio Eldorado e Rio Quarta Linha.
Canal Auxiliar
Além dos bairros, a região central de Criciúma também sofria com as chuvas fortes. Os pontos mais críticos eram nas ruas Coronel Pedro Benedet, João Cechinel e Seis de Janeiro. Em 2009, começaram as obras de prolongamento do Canal Auxiliar do Rio Criciúma, e desde então, não foram registrados mais alagamentos nessas áreas.
A primeira etapa das obras compreendeu desde a rua João Cechinel até a rua Vitório Serafim. Já a segunda etapa, em andamento, vai desde a rua Vitório Serafim até a rua Ângelo Peruchi, em um investimento de mais de R$ 15 milhões, com recursos do Governo Municipal e Federal, através do Ministério das Cidades. Segundo a secretária de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana, Kátia Smielevski, a terceira etapa ainda está em fase de projeto executivo para a captação de recursos.
“É uma vitória! Não tivemos mais ocorrências de cheias. Os lojistas trabalham com mais segurança, seus imóveis e bens estão mais valorizados e hoje a região central da cidade não é mais uma área de risco”, lembrou a secretária.
Outra região que também não consta mais nas ocorrências de alagamentos é no Terminal Rodoviário. Em 2017, o município realizou a ampliação da macrodrenagem, resolvendo o problema. Trabalho semelhante de macrodrenagem foi feito no bairro Monte Castelo e que hoje está livre das cheias.
Teatro Elias Angeloni
No Teatro Elias Angeloni, as fortes chuvas causaram alagamento próximo ao palco, em virtude da arquitetura inclinada do espaço. O lençol freático, que está no mesmo nível da parte interna do teatro, encheu e sobrecarregou o sistema de drenagem.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana, já foram feitas tentativas para solucionar o problema, mas os profissionais têm encontrado dificuldades já que todas as plantas do local foram perdidas no incêndio que atingiu o Paço Municipal em 2015. O local já está funcionando normalmente e as atrações programadas para os próximos dias estão confirmadas.
Texto: Vivian Sipriano