Bolsonaro chama Doria é 'lunático' e critica ministro da saúde: “estava exagerando” contra coronavírus
Segundo reportagem o jornal Folha de S.Paulo, a queda de braço entre Bolsonaro e os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro pela liderança no combate à pandemia do coronavírus acabou se tornando uma espécie de prévia da disputa eleitoral de 2022.
Por exemplo, desde a semana passada, Doria e Witzel têm criticado o que consideram uma letargia do presidente no enfrentamento à pandemia e têm adotado posturas opostas à dele.
Por sua vez, Bolsonaro contra-atacou com a edição de uma medida provisória que estabelece como competência federal, e não dos Estados, o fechamento de aeroportos e rodovias.
Ao passo que Bolsonaro defende que a atividade econômica não deve ser interrompida mesmo diante de um grande risco de contágio, os governadores têm anunciado medidas de prevenção, como a interrupção de serviços não essenciais.
"Esses governadores, poucos, que me criticam o tempo todo, dizem que não tenho liderança. Digo a esses governadores: as eleições de 2022 estão muito longe ainda para vocês partirem para esse tipo de ataque, para esse tipo de comportamento de desgaste infundado em cima do chefe do Executivo federal", afirmou Bolsonaro.
Doria anunciou estado de quarentena por 15 dias em São Paulo, no sábado (21), como medida de combate à pandemia, com o fechamento obrigatório de comércios, bares e restaurantes a partir da próxima terça-feira (24).
Bolsonaro criticou o tucano ao ser questionado sobre a medida. "[Doria] é um lunático. Está fazendo política em cima deste caso. É um governador que nega ter usado o meu nome para se eleger governador, então eu lamento essa posição política dele, está se aproveitando deste momento para querer crescer politicamente."
O ex-capitão se referiu ao chamado "BolsoDoria", termo que Doria alcunhou à própria candidatura ao declarar apoio e fazer campanha para Bolsonaro no segundo turno da disputa presidencial de 2018. Eles romperam a relação política logo no início de seus mandatos.
Ao anunciar a quarentena em São Paulo, Doria voltou a criticar o presidente.
"Muito triste que não tenhamos no país uma liderança em condições de orientar os brasileiros, acalmar os brasileiros, tomar atitudes corretas, liderar sua equipe de trabalho para tomada tomada de decisões corretas e que atendam a expectativa da população", disse Doria.
"Na ausência dessa liderança, nós em São Paulo, outros governadores em seus respectivos estados, prefeitos e prefeitas nos municípios, estão cumprindo sua obrigação fazendo o que deve ser feito e aquilo que o presidente Bolsonaro não consegue fazer", acrescentou.
Doria afirmou que haverá uma reunião com governadores do Sudeste para tratar de assuntos relativos a essa coordenação.
Witzel, por sua vez, havia dito na sexta-feira (20) que o governo federal estava "em passo de tartaruga". "São os nossos hospitais que serão impactados, e o governo federal anda em passo de tartaruga. Só fiz o decreto para que o governo tome ciência das medidas que precisam ser adotadas e, de uma vez, acorde", declarou o governador fluminense.
Após a entrevista de Bolsonaro à CNN, Doria publicou nas redes sociais: "Jair Bolsonaro chama coronavírus de gripezinha e eu que sou lunático? Lidere seu país, presidente. Faça seu papel. Os governadores do Brasil estão fazendo o seu".
Críticas a Mandetta
Também o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi alvo de Bolsonaro na entrevista de sábado: para ele, o ministro exagerou nas medidas para conter o avanço do coronavírus no país.
"Num primeiro momento eu estava achando que ele [Mandetta] estava exagerando, tá certo? Tanto é que ele foi bastante questionado ontem [sexta-feira] quando falou uma palavra que não era adequada para aquele momento, falou colapso, e ele explicou perfeitamente. É isso apenas que tenho conversado com ele, acertando ponteiros em algumas coisas."
Fonte: Yahoo.com