APAE Mirim: projeto busca aproximar e conscientizar crianças sobre deficiências e o trabalho da APAE

APAE Mirim: projeto busca aproximar e conscientizar crianças sobre deficiências e o trabalho da APAE
Com atividades práticas, equipe mostra o trabalho da APAE, buscando trazer entendimento para as crianças

Desde muito pequenas, as crianças conseguem perceber as diferenças entre si. Uma deficiência física, um atraso na linguagem, alguma condição comportamental. Mas mesmo que percebam essas diferenças, muitas não compreendem, ou até, em se tratando de casos na família, se sentem mal com o tratamento diferenciado que uma deficiência exige. Com o objetivo de explicar as diferenças e conscientizar para o respeito, a APAE de Cocal do Sul realiza o projeto APAE Mirim que, neste ano, já realizou dois encontros.

 

“A cada quinze dias, aos sábados, nossas crianças vêm até a APAE para realizar atividades que as inserem nesse mundo de conhecimento das deficiências. Hoje temos filhos, netos, sobrinhos de colaboradores e familiares de alunos da nossa escola, mas o projeto é aberto a toda comunidade que queira proporcionar às suas crianças essa conscientização e proximidade com o trabalho que desenvolvemos aqui, aprendendo assim, a respeitar ainda mais as diferenças”, explica o presidente da APAE, Pedro Bertan.

 

No último sábado (19) as crianças do projeto, puderam conhecer um pouco mais da equoterapia, a terapia com cavalos oferecida pela APAE. “As crianças puderam sentir e ter a percepção de um dos tratamentos que é realizado aqui. Puderam ver que esse tipo de tratamento é benéfico para os nossos alunos e também para muitas pessoas e crianças da comunidade que também possam ter alguma dificuldade com o aprendizado, com a questão de comportamento, de emoção…”, destaca a equitadora e fisioterapeuta da APAE, Iany Oliveira. A profissional pôde apresentar às crianças todo o espaço, desde a alimentação e baias, até os cavalos terapeutas Sertanejo e Sincero, além do Pônei Tingor. “Explicamos sobre como se comportar próximo aos animais e também um pouco dos exercícios que realizamos com os praticantes em cima dos cavalos”, completa Iany.

 

Outras atividades

 

Enquanto um grupo conhecia a Equoterapia, outros exercitavam a parte artesanal, produzindo lindos porta-retratos com canudos de papel, confeccionados por eles no primeiro encontro. Vale destacar que o trabalho com canudos de jornal é uma das atividades fixas dos alunos da APAE, que produzem lindas cestas e artesanatos para venda.

 

Ouvir, conhecer e colorir também foi uma ação do último sábado. Os pequenos conheceram os mascotes da APAE e também receberam um livro para colorir sobre prevenção de deficiências. “Nessa atividade buscamos trazer a percepção, carinho e entendimento para com o colega que possa ter uma deficiência na escola ou no dia a dia. Serve também para eles já terem um contato com o programa de prevenção de deficiências e estar levando isso para casa. Essa atividade com o gibi que eles começaram na APAE, vão estar levando para seu lar, vão estar mostrando para a família e assim estar disseminando essas informações que a gente quer passar para eles. Eles vão ser o canal do conhecimento”, destaca Taise Cardoso Petronilho, fisioterapeuta da APAE e uma das responsáveis técnicas do projeto.

 

Experiência familiar

 

Proporcionar esse conhecimento gera frutos que são levados para o dia a dia na escola e também das famílias. Gabriela tem 10 anos e convive com a irmã Ana Clara, de 17 anos, portadora de Síndrome de Down e aluna da APAE. Gabriel Arns Moretti, pai das meninas, conta que a ideia de inserir Gabriela na APAE Mirim foi uma forma de tentar trazer para a vida da filha mais nova, entendimento das pequenas diferenças que ocorrem no dia a dia com relação ao tratamento e cuidados com as meninas. “Eu gostaria muito que ela entendesse essas pequenas diferenças e porque, às vezes, a gente acaba tendo que fazer algumas coisas pela Ana Clara.  A mais nova fica brava, reclama e tem uma dificuldade para entender isso, mas eu acredito que aos poucos isso será solucionado”, frisa o pai. Para ele a APAE Mirim tem suprido suas expectativas.

Gabriel lembrou ainda que a filha Gabriela amou tanto o projeto, que no último encontro, a família tinha uma viagem para fazer e a caçula escolheu ficar com os avós para poder comparecer. “Ela está amando. Todas as duas vezes que ela esteve participando, foi muito bom”, comemora o pai, que cita ainda o fato de ele acabar se envolvendo também, afinal, morador do São Simão, é ele quem traz as filhas até a instituição.

 

Para participar

 

Para as famílias interessadas no projeto, basta entrar em contato com a APAE de Cocal do Sul pelo fone (48) 3447-6059. A idade para participar da APAE Mirim, vai de 4 à 16 anos. Para as famílias que não possam trazer a criança até a instituição, o transporte é oferecido pela escola. Os encontros ocorrem em sábados intercalados (um sim, um não), a partir das 13h30min.