NEGOCIAÇÃO SALARIAL INTERROMPIDA NO SETOR PLÁSTICO DA REGIÃO

NEGOCIAÇÃO SALARIAL INTERROMPIDA NO SETOR PLÁSTICO DA REGIÃO

Nada de aumento real, descumprimento do compromisso de 2020 em relação ao abono anual (Programa de Participação e Resultados) e a intolerância em ouvir a indignação da classe trabalhadora representada. Esta foi a marca da primeira rodada de negociação para renovação da convenção coletiva dos mais de oito mil trabalhadores das indústrias plásticas de Criciúma e região, nesta terça-feira (13), por videoconferência.

“Mais uma vez vieram para negociar apenas um advogado e executivos de empresas, os empresários não participam, aliás, os sindicatos patronais, em especial o da indústria descartáveis, para a classe trabalhadora só existem no papel”, registra o presidente do Sindicato dos trabalhadores, Carlos de Cordes, o Dé.

Na abertura da rodada o advogado representante patronal apresentou a proposta de renovação da convenção coletiva em todas as suas cláusulas com reajuste das questões econômicas pelo índice nacional de preços ao consumidor (INPC), que o IBGE constatou ser de 6,94% entre abril de 2020 e março de 2021.

“A diretoria do Sindicato passou duas semanas reunindo os trabalhadores em assembleias nas portas das fábricas para elaboração do rol de reivindicações, como prevê a lei e a tradição, mas sobre isto os representantes patronais não dedicaram nenhum tempo, um desrespeito aos trabalhadores”, enfatiza de Cordes. “Na lógica deles teríamos que ouvir, aprovar e encerrar a negociação”, arremata o representante dos trabalhadores.

Ao se manifestar, Carlos de Cordes utilizou exemplos do cotidiano dos trabalhadores para destacar cláusulas importantes à categoria, como por exemplo, o retorno das homologações das rescisões de contrato de trabalho na sede do sindicato e a extrema necessidade de se conceder ganho real nos salários, diante do grave aumento do custo de vida no ano que passou.

“Mostramos nossa indignação à proposta patronal de não cumprir o acordo firmado, por escrito, de recomposição do abono anual”, ressaltou Dé, explicando que, em 2020, por conta da pandemia, os trabalhadores aceitaram receber apenas 87,3% do abono previsto. Por isto, em 2021, o cálculo de recomposição seria sobre o valor integral do ano passado, fato que os patrões não querem honrar neste momento. Neste ponto, a negociação foi interrompida, por iniciativa patronal.

Texto e foto: Gilvan de França