Médica do HSJosé traz as explicações sobre a doença e tipos de tratamento para o problema
O problema renal consiste na incapacidade dos rins de produzir de maneira completa ou parcial, suas funções; o que causa desta forma um desequilíbrio no organismo.
Os rins tem a função de filtrar o sangue para eliminar substâncias que podem prejudicar o organismo quando em excesso; como amônia, ureia, ácido úrico; quando há o acúmulo destas substâncias o organismo fica desequilibrado, afetando assim outros órgãos. Outra função importante dos rins é controlar a quantidade de água no corpo.
Pessoas com problemas renais, certamente desenvolveram ao longo da vida este desequilíbrio. Portadores de doença renal crônica podem, em algum momento da vida, precisar de um tratamento que realize a função dos rins.
Entre os tratamentos realizados atualmente estão a hemodiálise, diálise peritoneal e o transplante renal.
“O rim é um dos órgãos mais importantes do nosso corpo. As doenças renais hoje são muito prevalentes, atingindo principalmente as pessoas com hipertensão e diabetes.
A doença renal crônica é muito silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. O diagnóstico muitas vezes é tardio, quando o funcionamento já está bastante comprometido em estágio avançado; é aí a necessidade de diálise e/ ou transplante. Para prevenção e todo cuidado é importante o diagnóstico precoce, principalmente com os exames: creatinina no sangue e exame simples de urina”, explica Dra Cassiana Mazon Fraga, médica nefrologista responsável pelo setor de nefrologia do HSJosé
Tipos de tratamento:
Esta modalidade de tratamento serve para remover as toxinas acumuladas no sangue devido ao mau funcionamento dos rins. Este tipo de tratamento é realizado por meio de um cateter, implantado por meio de um procedimento cirúrgico simples com anestesia local.
Neste tipo de tratamento, o próprio paciente é o responsável por colocar o líquido chamado solução de diálise, em sua cavidade abdominal realizando algumas trocas durante o dia.
A membrana que envolve o abdome funciona como um filtro, utilizado junto à solução de diálise servem para retirar as toxinas do sangue por meio deste filtro.
Para este tipo de tratamento, tanto os pacientes quando familiares, serão os responsáveis pelo processo.
Nestes casos, o paciente recebe todo material necessário em casa; e deve realizar consulta médica uma vez ao mês com a equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro, nutricionista, psicóloga e assistente social).
A hemodiálise é um método onde o sangue do paciente circula através de um filtro o chamado dialisador capilar; as máquinas que são observadas em centros de tratamento. O paciente fica durante um período de aproximadamente quatro horas, fazendo este processo remoção dos líquidos e substâncias tóxicas.
Para que o paciente realize hemodiálise, é necessário um acesso vascular que pode ser uma fístula arteriovenosa (união de uma artéria e de uma veia feita pelo cirurgião vascular, geralmente realizada no braço);
O transplante renal é a função de substituir o rim doente por um rim de um doador compatível.
O novo rim, implantado por meio de uma cirurgia no abdome próximo a pelve; com anestesia geral.
Pacientes com problema renal crônico, certamente é um forte candidato ao transplante renal.
Porém, para que a cirurgia possa acontecer, o paciente precisa estar em plenas condições clínicas para que o procedimento seja realizado.
É importante ressaltar que é o médico especialista quem decide junto ao paciente sobre a real necessidade do transplante.
Primeiro transplante renal realizado no HSJosé
A Instituição recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde para realizar transplantes de rins em janeiro de 2019. Para que o processo acontecesse, uma equipe de aproximadamente 20 pessoas precisou receber treinamento e capacitação adequada para conhecer todo processo legal e prático do procedimento.
Antes deste credenciamento, o hospital estava apto apenas para realizar transplante de córneas. O HSJosé foi o primeiro no Sul do Estado a oferecer esse procedimento.
Ainda em 2019, após todos os treinamentos e adequações na estrutura da Entidade para realizar o procedimento, o primeiro Transplante renal, aconteceu no último final de semana do ano; a paciente, uma jovem de 19 anos, que recebeu alta após 16 dias de internação.
Todo processo, contou com o apoio da equipe de médicos nefrologistas, anestesiologistas e urologistas da entidade, bem como equipe técnica responsável pelo serviço de transplantes do HSJosé e equipe de médicos especialistas com grande experiência no processo de transplantes da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Dr. Fabian Pires (urologista) e Dr. Valter Duro Garcia (nefrologista) que auxiliaram em todo processo.
O primeiro transplante renal no Brasil foi realizo no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto em 1968.
Texto: Katia farias: Imagem divulgação