Conhecidos por serem venenosos, riscos de acidentes aumentam durante o verão
Com a chegada da estação mais quente e chuvosa do ano, a população deve aumentar os cuidados com os animais peçonhentos. Conhecidos por serem venenosos, é mais comum encontrá-los durante o verão. Para evitar acidentes e controlar a proliferação, a Prefeitura de Criciúma, via Vigilância em Saúde, orienta os moradores na forma de agir, caso se depare com um desses animais.
Conforme a médica veterinária e coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Criciúma, Natália Reche, os animais peçonhentos ficam mais visíveis nessa época por estarem em busca de abrigos secos e alimentos. “Com as chuvas e temporais, os animais muitas vezes ficam desalojados. Na tentativa de se proteger, acabam entrando em casas, geralmente localizadas perto de vegetações. No verão também é comum a realização de trilhas ecológicas e atividades em campo, além do trabalho envolvendo a agricultura, o que deixa as pessoas mais expostas aos acidentes”, ressalta.
Os animais peçonhentos são caracterizados por possuírem glândulas especiais que produzem e injetam veneno através de um mecanismo instintivo de defesa e caça. Os mais conhecidos são as serpentes, aranhas, escorpiões, vespas, abelhas, marimbondos, formigas, entre outros.
Escorpião-amarelo
Segundo Natália, a maior preocupação do CCZ de Criciúma é com o Tityus serrulatus, mais conhecido como escorpião-amarelo. Ele integra a classe de escorpiões mais perigosos do Brasil e não é típico da região Sul de Santa Catarina, embora tenha sido identificado dois focos nos últimos dois anos em Criciúma. “A espécie gera riscos à saúde pública e pode resultar em óbitos, principalmente em crianças. O escorpião-amarelo é um animal resistente e que se adapta fácil ao ambiente. Desde que o primeiro foco foi identificado em 2016, monitoramos os locais periodicamente”, salienta.
O Tityus serrulatus mede até sete centímetros de comprimento e tem hábitos noturnos. Ele ataca suas vítimas com a cauda, causando dor que, após horas, pode provocar suor, vômitos e choque. “Realizamos uma vistoria em dezembro no bairro Pinheirinho, onde foi identificado o primeiro foco, e encontramos vestígios do escorpião-amarelo. Os moradores devem ficar atentos e, caso se depare com a espécie, devem comunicar o CCZ de Criciúma”, afirma a coordenadora.
Denúncias
Diferente do Aedes aegypti, não são montadas armadilhas para a detecção do Tityus serrulatus. A identificação do animal é realizada através de vistorias, denúncias de moradores, ou em casos de acidentes. De acordo com Natália, a captura do escorpião-amarelo é feita manualmente. “A colaboração da comunidade é essencial para mantermos a espécie longe de Criciúma. Se um morador encontrar o animal, recomendamos que evite o contato, e principalmente, não utilize produtos químicos com o objetivo de eliminá-lo”, destaca.
As denúncias podem ser realizadas na Ouvidoria Geral da Administração Municipal, através do telefone 156. Para mais informações e orientações, entrar em contato com o CCZ de Criciúma pelo telefone (48) 3445-8772. Em casos de acidentes, os moradores devem se deslocar aos hospitais de Criciúma e região.
Texto: Émerson Justo
Foto: Arquivo Decom