Cerca de 30 trabalhadores da Empresa Prestadora de Serviços Gideões contratada pela construtora Giassi,para construir um prédio de oito andares no bairro São Cristovam protestam por falta de pagamento.
Estou trabalhando há um ano e cinco meses e agora o empreiteiro alega que não tem dinheiro, indaga o pedreiro e carpinteiro Alison Motta. O nosso patrão tinha garantido que dia 8 desse mês, o pagamento seria efetuado no dia seguinte, mas não foi.
Quando chegamos na obra dia 9, já tinha trabalhadores da construtora Giassi no prédio, e fomos impedidos de entrar e o empreiteiro Paulo Cesar não apareceu. Foi através da nossa organização que conseguimos retirar os trabalhadores da obra e estamos esperando uma definição por parte da construtora Giassi.
Vieram aqui falar com a gente um engenheiro e outro funcionário da construtora Giassi, eles fizeram uma proposta. Olha, se vocês abrirem mão do aviso, o pagamento dos trabalhadores serão pagos dia 23 de novembro, o acordo foi feito mas não foi cumprido. Fomos comunicado novamente que o pagamento seria dia 27 e chegou dia 29, e mais uma vez fomos enganados salienta Alison.
O vice-presidente do Sindicato dos Ceramistas Jair dos Santos esteve no local nesta quarta-feira 29, e acionou o departamento jurídico através do advogado Mauricio Rocha que entrou com ação no Ministério do Trabalho. No final da tarde mais um acordo foi feito entre o advogado do sindicato dos trabalhadores e o empreiteiro. Todos os trabalhadores serão desvinculado da empreiteira, com isso vai facilitar a ação trabalhista contra a construtora Giassi e a Gideoes. Quando é empresa terceirizada como essa, a responsabilidade de sanar as dividas é da empresa que contrata. Hoje pela nova lei trabalhista aprovada, eles perdem os direitos contra a empresa que contrata, mas eles foram demitidos antes da lei entrar em vigor disse Jair. O que deixa os trabalhadores indignados, foi a demissão ter sido assinada no domingo dia 12 de novembro, e não dia 8.
Situação financeira dos funcionários
Estou com o aluguel atrasado, minha esposa vai ganhar neném em breve, e não sei o que fazer. Estou vivendo de ajuda, o talão de agua e energia já chegou e não tenho dinheiro pra pagar. O natal se aproxima e a tristeza também. Como vou dizer pra minha esposa que não posso comprar um presente ou fazer um almoço com a família, estou muito triste disse o carpinteiro Tarciso Miguel 29 anos.
Funcionários temem a prisão
O mestre de obras Adir José de lara 38 anos, casado e pai de dois filhos, está desesperado. Tenho dois filhos com a minha esposa, mas tenho mais dois filhos do primeiro casamento que pago pensão. Se eu não pagar eles mandam me prender, lamenta Adir.
Na mesma situação está o pedreiro Alexsandro de Oliveira Vieira 29 anos. Não tenho salário e sou obrigado a pagar pensão para os meus dois filhos. Como vou pagar se eles não me pagam. Estou desesperado, são meus filhos e eu também quero da presentes de Natal pra eles. E uma das leis que a justiça não quer nem saber da minha situação, eles mandam prender, pontua Alexsandro.
Além de não receber o pagamento, os funcionários na maioria não tem FGT e tinham o INSS descontados no pagamento.
Como que eles podem deixar a gente trabalhar sem ser fichado. Eu trabalhei quase dois meses, e não assinaram a minha carteira e ainda descontaram o INSS. Cadê a fiscalização dos órgãos competentes, reclama o servente Filipe da Rosa 24 anos.
Mesmo com o acordo de demissão entre as partes, os trabalhadores vão ficar acampados em frente do prédio.
Texto e fotos: Gentil Francisco