Uma tecnologia de baixo custo capaz de levar qualidade de vida a pessoas com deficiência ou em processo de reabilitação. Foi esta a oportunidade que professores e estudantes dos cursos de Design – ênfase em Projeto de Produtos, Engenharia de Materiais e Engenharia Mecânica da Unesc vislumbraram para inovar e fazer o bem. O resultado da iniciativa foi um Engrossador de Cabos, reproduzido em impressão 3D, capaz de se moldar em ferramentas facilitadoras e ser utilizado por pessoas em recuperação e tratamentos.
Nesta quarta-feira (29/5), o trabalho desenvolvido desde 2014 será reconhecido com o Prêmio Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Educação Empreendedora, em Florianópolis. “É um momento de grande valor, que demonstra a força dos cursos e reforça nosso empenho frente ao empreendedorismo, a educação e ao desenvolvimento de tecnologias assistivas”, destaca o coordenador do projeto e do curso de Design, João Luiz Rieth.
Os representantes da Universidade receberão a honraria em nível estadual, e seguirão na disputa das premiações regionais e nacionais.
A criação da tecnologia
O produto, desenvolvido em parceria com o Cer (Centro de Reabilitação) e com Núcleo de Saúde Coletiva, surgiu a partir de demandas especiais do Centro de Reabilitação da Universidade.
Na busca por uma solução, os professores e estudantes acompanharam o dia a dia no CER, para compreender as dificuldades envolvidas no tratamento e na rotina dos deficientes físicos. Após compreender, foi a vez de definir materiais, técnicas de produção e o conceito do trabalho. Depois, com o protótipo em fase desenvolvimento, os pesquisadores geraram alternativas para estabelecer a versão mais assertiva e então foi iniciada a fase de entrega, visando a validação do produto e a realização de testes no modelo obtido.
O resultado final foi um produto em formato de cilindro, capaz de ser moldado de acordo com as necessidades do usuário e que requer um baixo investimento para a produção.
A estudante de Design Cassia Possamai acompanhou o projeto até os testes e afirma que os resultados logo foram promissores. “Na primeira tentativa a utilização foi feita por uma senhora pós AVC (Acidente Vascular Cerebral). Com a utilização da ferramenta, na opção de faca acoplada, ela conseguiu voltar a manusear e cortar um material de resistência similar a comida. Além de opções cortantes, outros itens podem ser adaptados na ferramenta e devolver parte da naturalidade na ação para quem passou por momentos de impossibilidades”, explica Cassia.
Com os bons resultados obtidos, o produto está em fase de patente. Segundo Rieth, atualmente estuda-se a produção em escala por meio da impressora 3D e a distribuição para entidades sem fins lucrativos. Outra possibilidade é estender a parceria do curso com o CER e implantar um centro permanente de Design no local, a exemplo de importantes instituições de saúde do Brasil, como o Hospital Sarah Kubitschek de Brasília.
Além de Cassia e Rieth, também fizeram parte do projeto os acadêmicos Catherine Marcon, Cássia Possamai, Wendell Motta e Cecília Turati; os professores Bárbara Alvarez, Felipe Silveira e Haron Fabre, e Lisiane Tuon também como coordenadora.