Hospital São José: tratamento inovador para doenças cerebrovasculares é realizado pela primeira vez em Santa Catarina

Hospital São José: tratamento inovador para doenças cerebrovasculares é realizado pela primeira vez em Santa Catarina
Procedimento foi realizado na última semana, pelo neurocirurgião do Hospital São José, de Criciúma, Dr. Luiz Antônio Lavradas Júnior

Um tratamento inovador e que permite o acesso ao cérebro com mais precisão, delicadeza e segurança foi realizado no Hospital São José de Criciúma, na última semana. O procedimento feito pelo neurocirurgião da instituição, Dr. Luiz Antônio Lavradas Júnior, consiste na utilização de um novo dispositivo que permite o acesso radial (pelo braço do paciente) para tratamento endovascular (por dentro do vaso, sem necessidade de cortes). De acordo com o especialista, é a primeira vez que o procedimento é realizado em Santa Catarina com a utilização deste dispositivo.

 

“Apesar de ser um acesso comum na cardiologia, na neurocirurgia não era muito utilizado devido ao fato de não termos dispositivos específicos que atendessem as particularidades do cérebro. Anteriormente os dispositivos para tratamento endovascular eram construídos para serem utilizados no acesso femural (pela perna) e por vezes adaptados ao acesso radial, porém sem a mesma eficácia. No caso específico dessa cirurgia, foi realizado o mesmo tratamento que fizeram no presidente Lula, no Hospital Sírio Libanês, para o tratamento de um hematoma subdural crônico”, esclarece o neurocirurgião, Dr. Luiz Antônio Lavradas.

 

De acordo com o especialista, o dispositivo também é utilizado para o tratamento de Acidente Vascular Cerebral - AVC, aneurisma cerebral, estenose de carótida, malformação arteriovenosa e fístula arteriovenosa.

 

“Este novo sistema permite ao cirurgião acessar o cérebro com mais precisão, delicadeza, estabilidade e segurança. Proporciona menor risco de complicações vasculares como hematomas grandes ou pseudoaneurismas, que são mais comuns no acesso femoral. A artéria radial é superficial e mais fácil de comprimir se ocorrer sangramento, reduzindo o risco de hemorragia significativa”, aponta. 

 

Após um procedimento radial, os pacientes podem movimentar-se mais rapidamente, não necessitando de um período prolongado de imobilidade como no acesso femoral. O acesso radial permite uma recuperação mais rápida, possibilitando geralmente uma alta hospitalar precoce e retorno mais ágil às atividades normais.

 

“Estas vantagens demonstram que o acesso radial é uma abordagem benéfica em muitos aspectos, especialmente quando apoiado por dispositivos tecnologicamente avançados que melhoram ainda mais a experiência do paciente e os resultados clínicos”, garante o especialista.

 



Texto e foto:Jéssica Pereira