As forças de segurança que atuam na investigação sobre o roubo a banco ocorrido em Criciúma, com o uso de explosivos, praticado por uma quadrilha com cerca de 30 bandidos, no dia 1º de dezembro, confirmaram, na tarde desta quarta-feira (9), que aproximadamente R$ 80 mihões foram levados da instituição e que 14 suspeitos já foram presos por participação no crime até o momento.
O anúncio foi feito durante uma entrevista coletiva, realizada na sede do 9º Batalhão da PM local, que contou com a participação dos chefes de vários setores da segurança pública do estado e da União, como: Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Ministério Público Estadual, além do prefeito reeleito da cidade, Clésio Salvaro (PSDB), e do governador catarinense, Carlos Moisés (PSL).
Segundo o delegado Anselmo Cruz, diretor da Deic-SC (Delegacia Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina, as autoridades policiais que compõem a força-tarefa criada para elucidar o crime também cumpriu nesta quarta-feira um mandado de busca e apreensão no Ceará a partir da prisão de um dos suspeitos.
O delegado revelou ainda que a Polícia Civil apura a possibilidade que os criminosos tenham alugado um imóvel nas proximidades da agência do Banco do Brasil para monitorar mais de perto a rotina do alvo que viria a ser atacado.
"São peças que estão sendo descobertas. Passamos a primeira semana recebendo informações. É possível e provável que houvesse algum apartamento ocupado nas proximidades da agência bancária e que os criminosos tivessem usado durante meses para monitorar o banco. Nós ainda não identificamos esse imóvel. Pedidos o auxílio da população. Um crime aconteceu. Várias histórias estão relacionadas com esse crime", revelou o delegado Anselmo Cruz.
No entanto, o chefe da Polícia Civil catarinense negou que o roubo tenha sido planejado e executado sob o comando de integrantes da facção criminosa paulista — um dos suspeitos, preso em Gramado (RS), conhecido como Buda, estaria envolvido na tentativa de resgate de Marcola, apontado como o principal líder do PCC, ocorrida em 2019. "Não há um elemento que se trata de uma ação coordenada pela facção. Se trata mais de uma questão de parceria, digamos assim", afirmou.
O superintendente da Polícia Federal em Santa Catarina, Ricardo Cubas, reafirmou que a instituição conduz um inquérito para apurar o financiamento e a participação de facções criminosas de fora do estado catarinense.
"Essas quadrilhas não respeitam fronteiras. E não é a primeira vez que praticam esse tipo de crime. O trabalho da PF é buscar nos bancos de dados, nas delegacias especializadas, outros eventos que ocorreram de forma parecida, qual arma foi utilizada, o modus operandi, indícios dessas pessoas presas em organizações criminosas com passagens em outros crimes em outros estados", completou o delegado