Árvore fossilizada foi identificada pela Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri) no bairro Morro Estevão
Durante obras de pavimentação e canalização no bairro Morro Estevão, a Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri) identificou três fragmentos de fósseis devido às escavações no local. Um tronco fossilizado foi encontrado na frente da residência de um morador, que viu o fóssil, mas não sabia do que se tratava. A árvore fossilizada será levada para o Centro de Educação Ambiental (CES), no Parque Ecológico José Milanese.
Segundo o geólogo da Famcri, Maurício Thadeu Fenilli de Menezes, o fóssil é do período Permiano e deve ter entre 250 e 290 milhões de anos, quando os dinossauros ainda não existiam na Terra. Nessa época, as américas e os demais continentes formavam um supercontinente chamado de Pangeia. “A importância histórica para Criciúma se dá pelo fato de que a árvore encontrada fossilizada pertenceu às mesmas florestas que deram origem ao nosso tão valorizado carvão mineral”, enfatizou.
A árvore encontrada é do gênero Glossopteris. Uma das primeiras plantas do gênero descobertas no Brasil também foi em Criciúma, nos fragmentos das rochas das minas de carvão, em 1908. “Os fósseis de plantas são restos ou vestígios vegetais preservados em rochas, como moldes de um tronco ou marcas de uma folha. Suas ocorrências são raras e restritas, mas de grande importância para o entendimento do passado”, descreveu Menezes.
Conforme explicou o geólogo, para um tronco vegetal se tornar um fóssil é preciso condições específicas como a árvore ser enterrada rapidamente por sedimentos em situações de pouco oxigênio, impedindo o apodrecimento da planta. Além disso, é preciso que o soterramento tenha pressão e temperatura adequadas para que a matéria orgânica seja substituída por mineral quartzo, processo que ocorre gradativamente durante milhões de anos.
Texto: Stefanie Machado / Fotos Arquivo Famcri