Deputado Estadual protocola projeto de lei que assegura vacinação contra raiva para grupos de risco
Apenas no primeiro semestre de 2023, duas pessoas morreram infectadas pelo vírus da raiva. Pela alta carga viral e infecciosa da doença, o caso recente ocorrido com um animal doméstico em Joinville, alertou entidades, órgãos públicos e o poder legislativo sobre o tema.
Pensando na gravidade que os casos podem trazer para o estado, o Deputado Estadual Delegado Egidio Ferrari (PTB) protocolou nesta quarta-feira (9) um projeto de lei que visa a vacinação antirrábica humana para grupos de risco, profissionais submetidos à exposição ao vírus, como veterinários, carteiros, funcionários de zoológicos, policiais e demais profissionais e expostos com frequência a situações de risco. Em casos como o diagnosticado em Joinville, o PL aborda ainda sobre a vacinação dos moradores da região ao redor da residência infectada.
"Mesmo que o número de incidências seja baixo, a raiva é uma doença que leva a óbito quase a totalidade dos casos. Ainda assim, é facilmente tratável com os cuidados preventivos necessários, como a vacinação. Que se faz ainda mais necessária quando um caso é diagnosticado na região, para garantir a segurança também dos profissionais que atuam diretamente sob o risco de infecção", explicou.
Além do projeto de lei, o deputado solicitou ainda à Secretaria de Estado de Saúde um pedido de informação sobre os planos de vacinação ou políticas públicas para o fornecimento e distribuição de vacinas antirrábicas para as pessoas e os animais dos municípios que registraram casos da doença neste ano.
"O objetivo é compreendermos se há a possibilidade de entregar a estas cidades a vacinação necessária para evitar o contágio aos humanos e promover a proteção animal.", afirmou Ferrari.
De acordo com um estudo apresentado em 2022 no Congresso Científico Rabies in the Americas, mais de 4 mil acidentes de trabalho no Brasil entre 2018 e 2020 aconteceram com profissionais que atuam sob risco de contrair o vírus. Cerca de 17% deles aconteceram entre carteiros, enquanto 12% com profissionais da coleta de lixo (12,3%).
"Acreditamos que assegurar a vacinação não é apenas uma maneira de prevenção como também de proteção à vida. O Estado deve fomentar estas ações para conseguirmos manter sob controle os casos, resguardar a população e incentivar políticas públicas que auxiliem a impedir que novos casos surjam em Santa Catarina", concluiu o parlamentar.