Você já ouviu falar em fibromialgia? Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa doença atinge pelo menos 2,5% da população mundial. Em Criciúma, são mais de seis mil pessoas com diagnóstico confirmado da doença, segundo estudo realizado pela Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), a partir do Censo de 2010.
Na próxima quarta-feira (12), um passo importante será dado para que pacientes tenham, na Unesc, por intermédio da Câmara de Vereadores, ambulatório de atenção à saúde da pessoa com fibromialgia. Na tarde desta terça-feira (4/8), a Câmara de Vereadores, representada pelo presidente Tita Belolli, a Universidade, representada pela reitora Luciane Bisognin Ceretta e a Secretaria Municipal de Saúde, representada pelo secretário Acélio Casagrande, encaminharam a concretização de um programa de atenção à pessoa com fibromialgia, que será lançado na próxima semana.
O fibromiálgico tem dor muscular generalizada ou crônica. Normalmente, essa dor é acompanhada de sintomas típicos, como sono não reparador (a pessoa acorda cansada), falta de memória e atenção, podendo também gerar distúrbios do humor, como ansiedade e depressão.
A servente de limpeza, Rosimar da Silva, 48 anos, convive com a doença há 15 anos. Ela conta que precisou parar de trabalhar por conta das fortes dores que sentia. Atualmente, mesmo não trabalhando fora, os afazeres domésticos continuam sendo um verdadeiro desafio. “É muito difícil, a gente não consegue nem manter o serviço normal da casa, aqueles serviços básicos. É muito doloroso pra quem tem fibromialgia. O dia a dia da gente é esse, um dia por vez”, desabafou.
A implementação do programa
A proposta, que deve ser desenvolvida dentro do CER (Centro Especializado em Reabilitação), é única no Sul Catarinense, e poderá usufruir da estrutura da Unesc em todas as etapas do tratamento - Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e outras áreas. “A fibromialgia limita muito a vida das pessoas, a qualidade de vida, a produção. Sendo que ela se manifesta, na sua grande maioria, em mulheres de 34 a 44 anos”, relatou a coordenadora do CER, uma das responsáveis por desenhar o serviço de atenção, Mágada Tessmann Schwalm
Para o presidente do Legislativo, Tita Belloli, a implantação do programa será uma grande conquista para os pacientes. “Fui procurado na Câmara por algumas pessoas que possuem essa doença, eu não tinha ideia da quantidade de gente que sofre com esse problema em Criciúma. Agora, com certeza essas pessoas terão um local adequado para serem atendidas. Saio desta reunião muito feliz”, pontuou o presidente, agradecendo ainda ao prefeito Clesio Salvaro, ao secretário de saúde Acélio Casagrande e a reitora Luciane Ceretta pelo empenho.
A porta de entrada para o tratamento na Universidade serão os hospitais e as UBS (Unidades Básicas de Saúde). Conforme Casagrande, a Secretaria iniciará um mapeamento na região para direcionar a melhor implantação do serviço. “Essa é uma parceria muito importante já que um percentual alto de pessoas precisam desse atendimento. Essa é uma assistência que percebemos que no Brasil todo ainda é deficiente e a gente quer começar por Criciúma mais uma referência em saúde”, afirmou Casagrande.
Para a reitora da Universidade, Luciane Ceretta, o programa vai trazer um alívio aos portadores da doença. “Nós acolhemos o pedido da Câmara de Vereadores, avaliamos as possibilidades que tínhamos dentre os programas que já funcionam na Universidade e entendemos que é possível associar os atendimentos que já fazemos à população com os profissionais que já temos no atendimento a essas pessoas portadoras de fiblomialgia”, contou a reitora.
O programa está em fase de alinhamento de questões técnicas e jurídicas para a firmação de um termo de parceria entre Unesc e o Município e para criação de um protocolo de atendimento para os pacientes, o que deve iniciar em setembro.
Texto e foto: Talita Grassi