Cedoc da Unesc restaura documento que autorizou instalação do Sindicato dos Mineiros de Criciúma
Um documento de 30 de junho de 1945 que tem grande significado para a região. O arquivo, da época do governo do presidente Getúlio Vargas, autorizava o funcionamento do Sindicato dos Mineiros de Criciúma.
Após quase 77 anos, esta história se mantém preservada, agora, devido à restauração do documento, feita pelo Centro de Memória e Documentação (Unesc).
O trabalho minucioso, ocorrido ao longo de alguns meses, foi concluído na tarde desta quarta-feira (20/04), com a devolução aos representantes do Sindicato dos Mineiros de Criciúma e Regiões de Santa Catarina. “Fizemos um trabalho meticuloso, realizado pela restauradora Selma Leepklna, especialista, que fez todo o procedimento e, após alguns meses, ele finalmente está recuperado. Pelo caráter histórico e importância, fizemos todo o procedimento de restauração”, salienta o Coordenador do Cedoc e professor do curso de História, Paulo Sérgio Osório.
Agora, o documento volta para o sindicato, ficando uma cópia na Unesc, à disposição para pesquisas. “Sempre prezamos pela preservação da história. Esta carta é da era Getúlio Vargas e é um prazer tê-la restaurada e poder guardá-la no sindicato com muito amor e carinho”, conta o presidente do Sindicato dos Mineiros, Djonatan Elias.
Acervo e história preservados
Não é somente a Carta Sindical, que Osório chama de “Certidão de Nascimento”, do sindicato, que está de posse do Cedoc da Unesc. Todo o acervo histórico está na Universidade e passará por um minucioso processo de restauração. “O Sindicato dos Mineiros nos procurou em função da preocupação com as condições de guarda de acervo histórico. Fizemos um termo de comodato e a Unesc recebeu este acervo para tratamento e organização e vai dispor para pesquisas futuras. Dentro do acervo, que é gigantesco, com papéis, fotos, fitas VHS e K7”, fala.
Djonatan lembra que algumas viagens foram realizadas para levar todo o acervo até o campus da Unesc, afinal, são mais de 200 fitas VHS e mais de 300 fitas K7, entre tantos outros materiais. “Tivemos o maior cuidado e respeito com a história do sindicato dos trabalhadores, de ex-dirigentes sindicais e ex-presidentes. É por esta história que os nossos trabalhadores fazem parte da categoria mais respeitada do país. Em todas as negociações coletivas ela é destaque, uma união que devemos à história”, ressalta.
Já a coordenadora do curso de História, Michele Gonçalves Cardoso, lembra que a Unesc como Universidade Comunitária, está sempre envolvida em ações como esta. “Trazemos as demandas da comunidade naquilo que é a nossa experiência de trabalho. Então, o curso de História, junto ao Cedoc, sempre realiza este trabalho de restauro, conservação e catalogação. Somos chamados pela comunidade quando se tem demandas neste sentido, por isso um documento como este, que registra uma parte importante do Sindicato dos Trabalhadores e da história da cidade, muito vinculada à mineração, é uma devolutiva muito grande, tanto para o grupo que a representa, quanto para a coletividade, para a cidade e para futuras pesquisas”, relata.