Manoel Mota foi nomeado na Câmara na última sexta-feira. Dirce Heiderscheidt já estava em cargo comissionado na Alesc. Foto: Lucas Gebara, Agência AL/Divulgação
O quanto é difícil deixar o mundo da política? Essa é uma pergunta que me faço toda vez que publico mais uma nota sobre uma liderança sem mandato que consegue uma nomeação para cargo de confiança - leitor deve ter percebido que estão muito frequentes neste 2019, ano um da chamada “nova política”.
Na sexta-feira, foi a vez do ex-deputado estadual Manoel Mota (MDB) conquistar uma vaga no gabinete do deputado federal Celso Maldaner (MDB). Emedebista histórico de Araranguá, Mota não tentou disputar ano passado aquele que seria seu oitavo mandato. Não vai para Brasília, ajudará Maldaner no Sul do Estado.
No Senado, temos o ex-deputado federal e ex-prefeito blumenauense João Paulo Kleinübing (DEM) nomeado no gabinete de Esperidião Amin (PP) - este com atuação na Capital Federal. Os demais gabinetes catarinenses no Congresso, até sexta-feira, não tinham outros ex-parlamentares nomeados.
Na Assembleia Legislativa, a bancada informal de ex-deputados já é maior que a dos partidos estabelecidos. Por enquanto, são 11 nomeados. Apenas este ano, entraram para a folha de pagamento do parlamento estadual - a maior parte em vagas de liderança da bancada partidária - o ex-deputado federal Cláudio Vignatti (PT) e os ex-estaduais Valmir Comin (PP), Claiton Salvaro (PSB), Dóia Guglielmi (PSDB), Dirceu Dresch (PT), Patrício Destro (PSB), Mário Marcondes (MDB) e Dirce Heiderscheidt (MDB). Antes deles, já estavam por lá Elizeu Mattos (MDB), José Paulo Serafim (PT) e Gervásio Silva - este, ex-deputado federal.
Muitos leitores questionam a natureza dos acordos que levam a esse resgate de companheiros partidários que ficaram pela estrada. O que me intriga é o apequenamento das lideranças.
Por Upiara Boschi: Foto divulgação